Tão grande e tão pequena, tão forte e tão frágil, tão inteligente e tão burra, tão esperta e tão cega. Ela sobe no salto e ainda é tão baixa. Faz de uma página de Internet, seu diário pessoal. Acha que é a dona da razão, dona da bondade, dos melhores amigos e de um mundo perfeito, mas mal vê que o solo está se abrindo sob seus pés. Vê defeitos em todos à sua volta mas não vê que primeiro, a gente deve analizar os próprios defeitos. E suas palavras, as que ela pensa que são tão certas, se embaralham na ilusão que é seu mundo. Se meu mundo é de mentira eu não sei, mas o seu é um teatro completo, com direito a coreografia, texto e diretor. E ao invéz de você dirigir sua própria peça, quem comanda cada passo são as vozes que ecoam fora da sua cabeça.
Olhe pra você, veja como você é agora. Antes, bem antes, você não era assim. Você não tinha maldade nas palavras, tratava todos com educação e não com sarcasmo, tinha postura digna de princesa. Mas você quis ser mais, mais do que podia ser. Agora vejo no monstro que você se tornou. Ignorante, inconsequente, prepotente e abalável. Sim, meu anjo, abalável. Tão vulnerável quanto uma boneca de porcelana, maleável como argila, fútil como uma criança. Seu mundo não tem bases sólidas, feito de mentiras. E de ti, pequena, tenho pena. Pena porque você está indo por um caminho sem volta, pena porque sei que no frio do vento, seu coração dói. Ele tem uma rachadura assim como o meu, eu sei como você se sente. Eles disseram que iriam colar band-aids mas isso não foi suficiente. Você se sente sozinha e acha que, de alguma forma, a rachadura teve minha influencia. Acorde, isso não é verdade. A verdade não se ouve, ela não tem cor nem cheiro, não pode ser sussurrada nem sentida, apenas vista.
Abra seus olhos, o que você vê?